No Dia
Mundial da Poesia a escolha da biblioteca da escola foi para
LUÍS FILIPE PARRADO [nasceu no Seixal em 1968. É professor do ensino secundário. Professor de Português na nossa Escola Secundária A. Reis Silveira]
TEORIA DA NARRATIVA FAMILIAR
Naquele
tempo o meu pai trabalhava
por
turnos
como
herói socialista
no
sector siderúrgico
e
dormia com a minha mãe.
A
minha mãe esfregava
a
sarja encardida:
a
água ficava da cor da ferrugem.
Havia,
por perto, um cão
esgalgado,
sempre
a rondar.
Depois
a minha irmã nasceu
e
eu fui obrigado
a
rever a minha mitologia privada do caos.
Entre
uma coisa e outra
aprendia
mentir.
E
isso, não sei se sabem, mudou tudo.
O FOTÓGRAFO CEGO
Fosse
eu o fotógrafo cego
e guardaria a beleza vacilante das coisas,
a rapariga de blusa desabotoada,
o sol do meio-dia, a chave na porta,
o sopro que se imagina na fonte
do pensamento,
a presença dos ciprestes no mundo,
falhas, o assobio da infância,
espelhos do tempo.
Abraçaria o coração rachado de qualquer muro,
um homem fechado em si
como num caixão.
Quando uma sombra se perde
Quando uma sombra se perde
descobre no ar
o próprio trilho,
eu ficaria só entre os vivos,
escutaria no céu o rasto dos motores,
escutaria no céu o rasto dos motores,
o fôlego dos vermes,
a lei da queda dos graves,
a nota imperfeita,
a veemência da carne.
Fosse eu e espalharia a luz.
Em las cosas pequeñas del mundo, encontramos su belleza,
también…
em las cosas muy grandes, lo pequeño és aquello que lo constituye, que lo transforma e que lo domina!
Mira para el cielo e todo te parecerá pequeño !
As estrellas son puntos, los planetas son puntos…
Sí, pero formam el grande, el grande…Universo !!
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