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| Quinta das Lágrimas, Coimbra |
Não, não venhas para aqui ler estes poemas, se não és de amores.
Não me leves a mal, mas só quem tem o
coração a palpitar de emoção é capaz de entender tais obras.
Se não és de amores, então vives de quê?
Andas por aqui que nem forasteiro à procura
de algo que nem tu sabes o que é.
Se não és de amores, és de quê,
afinal?
Tens pelo menos a certeza de que és
alguém?
Estás à espera que a vida mude ao
amanhecer e aí encontres algo que te faça ser alguém.
Já pensaste que talvez não apareça, e
que talvez tenhas de ser de amores?
Deixar a monotonia de lado e começa a
amar.
Pouco a pouco.
Começa pela música, ama o som, a
guitarra e a lírica cativante.
Depois passa para um bom livro. Lê.
Aprende sobre amores antigos.
Tens Romeu e Julieta, que mostra o
pináculo do amor proibido, e tens Inês de Castro, que transcende a ingenuidade
do ser que ama.
Aprende a ser de amores antes de
tentares.
Atenção! Não é por amares que és privado
de problemas, aliás, talvez até apareçam mais. Mas no final do dia terás alguém
com quem partilhar essa dor.
Ser de amores é isto mesmo, partilhar
dores!
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